“O perverso não tem caráter.
Anda de um lado para o outro dizendo coisas maldosas; pisca o olho, arrasta os
pés e faz sinais com os dedos; tem no coração o propósito de enganar; planeja
sempre o mal e semeia discórdia. Por isso a desgraça se abaterá repentinamente
sobre ele; de um golpe será destruído, irremediavelmente.” Provérbios
6:12 a 15
Precisamos entender como se dá a
formação do caráter do diácono, tendo como exemplo do apóstolo Paulo quando diz
aos gálatas que: "sofria dores de parto por causa deles,
até que Cristo seja formado neles" (Gal. 4:19). O diácono
deve ter um caráter semelhante ao do seu mestre (Jesus Cristo)
Ao depararmos com a formação do nosso
caráter e depois quando aceitamos a Cristo, vamos nos moldando ao caráter dele
aos poucos e assim permitimos que Deus nos transforme em servos.
Isso pode trazer muitas dores
durante a jornada, a dor é a forja indesejável em que Deus forma com o malho,
nossa semelhança com Cristo, sempre há um preço a pagar.
Servir às pessoas é a única
maneira pela qual podemos servir a Deus. E servir cobra da pessoa um alto
preço, pagamos caro por amar as pessoas, pode também significar que vamos nos
magoar nesta jornada.
Se não tivermos cuidado, a dor
envolvida em nosso trabalho pode, em última análise, fazer-nos desprezar
aqueles aos quais antes nos sentíamos chamados a amar.
Temos que recorrer ao nosso
modelo de diácono — Jesus. De acordo com Filipenses 2, que trata da humilhação
pela qual Cristo se submeteu, podemos tirar a lição de que nós precisamos e
devemos nos humilhar a fim de nos tornarmos servos e pessoas de caráter. A
crucificação pode ser outro fator que nos ajude a formar o nosso caráter, mas
de que forma?
Pense na metodologia da servidão:
é preciso oferecer a outra face e andar duas milhas toda vez que alguém nos
obrigue a andar uma! Servir aos nossos inimigos e abençoar os nossos
perseguidores não deixa de ser um peso e um desafio que nos molda à imagem de
Cristo.
Vejam como isso se pode dar: O
caráter de um servo, conforme Paulo, deve ser de entrega total em pelo menos
quatro áreas que são: a cabeça, o coração, os joelhos e a língua.
A cabeça do servo (humildade)
— curva-se por humildade enquanto o orgulho suga a vitalidade do caráter. Na
qualidade de servo, devemos ser sacerdotes.
Calvin Miller em seu livro nas
Profundezas de Deus (pág. 216) declara o seguinte sobre o sacerdote: “Estou
certo de que a obra que realizamos na Igreja é sacerdotal, assim como Jesus, o
nosso Sumo Sacerdote, também usamos as vestes da mediação da graça. Nosso
serviço é o nosso cargo. Se o Rei do Céu pode lavar os pés dos seus discípulos,
nosso chamado fica bem mais claro. A cabeça precisa curvar-se, precisa tirar a
coroa pesada do narcisismo exibicionista".
O coração do servo (obediência)
— Assim como a cabeça do servo se curva, o coração do servo obedece. O coração
do servo dedica-se à integridade e à misericórdia. Na verdade, o coração do
caráter é a misericórdia. A integridade da obediência é a lição da cruz.
Poderíamos sintetizar o que estamos refletindo dizendo que a obediência é
curvar nossa vontade, ela não é a obra principal do discípulo, é a única. A
obediência é fonte do caráter.
O joelho do servo (entrega)
— Quando os joelhos se dobram, nasce o caráter, não se trata de um gesto de
postura externa em si pelo simples fato de se ajoelhar, mas já é um indício de
como estamos enxergando o Onipotente. Os joelhos precisam dobrar-se, quando
isso ocorre, Jesus entra. Ajoelhar-se não deve ser visto como símbolo de
devoção é mais que isso. E nessa postura que recebemos o revestimento para
nossas vidas. Quando os joelhos se levantam de novo, sabemos que temos que
voltar andando para os campos de serviço.
A língua do servo (confissão) — O servo tem uma profunda
sensibilidade de seus pecados, ele tem intimidade com Deus e sempre procura
confessar seus pecados Àquele que pode lhe perdoar. O texto de Filipenses 2, que
serve para nossa reflexão no verso 11 diz “que todas as pessoas que já viveram nesse
mundo terão que confessar que Jesus Cristo é o Senhor”. Por isso a
língua do servo sempre proclama que JESUS CRISTO É O SENHOR. Isso sendo trazido
constantemente à mente do servo (diácono) vai imprimindo nele conceitos e
valores que se tornam inegociáveis, seu caráter é formado no seu dia a dia.
A humildade, obediência, entrega
e a confissão tornam-se o seu estilo de vida e fazem parte inseparável da obra
que realizam. Caráter é uma palavra de dignidade, ganha existência na
disciplina e no trabalho. O caráter é o "nós" escondido, o que somos
no escuro.
O caráter não pode ser comprado
em nenhum lugar. Então como obter caráter? Tanto o caráter quanto a santidade
encontram-se onde é extrema a nossa necessidade de Jesus. O diácono deve
desejar ardentemente ter o caráter de Cristo, não somente o caráter, mas a
"mente" de Cristo também.
Um caráter semelhante ao de
Cristo só se torna possível quando nós deixamos o controle nas mãos de Cristo,
quando nós não vivermos mais para nós mesmo e sim inteiramente para Cristo
Jesus.
Extraído e adaptado do livro: Diácono
– Guia completo para o diácono cristão - Pr. Eli Bento Corrêa - Lura Editorial
Capítulo: A Presença de Deus na
Vida do Diácono
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